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Controle de Qualidade

Vamos falar um pouco sobre Gasometria? 3 Fatores Pouco Abordados mas Fundamentais para Bons Resultados!

Lilian Cruz
Escrito por Lilian Cruz

Vamos falar um pouco de gasometria?

Gasometria – Vamos entendê-la?

A avaliação dos gases sanguíneos é de extrema importância no laboratório clínico. Para uma análise segura e confiável, é necessário um bom controle de qualidade.

gasometria

E como deve ser feito esse controle?

Para que possamos trabalhar com segurança e tranquilidade, devemos ficar atentos aos seguintes itens:

1- Manutenções dos gasômetros

2- Controle de Qualidade

3- Análise crítica dos resultados

A minha rotina diária funciona assim:

Manutenção dos Gasômetros

No laboratório onde trabalho, há dois ABL 5 e um ABL 800, da empresa Radiometer. O método desses aparelhos é o do eletrodo seletivo. Pela manhã, antes de iniciar a rotina, fazemos a manutenção diária destes gasômetros. Essa manutenção consiste:

  • na limpeza das tubulações com Cleaning Solution;
  • limpeza externa dos gasômetros e da agulha de aspiração com álcool 70;
  • tratamento e descarte do esgoto gerado;
  • calibração de dois pontos dos aparelhos;
  • dosagem e análise dos controles de qualidade.

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O Cleaning Solution é fornecido pela empresa Radiometer e serve para limpar a tubulação por onde as amostras de sangue passam.

Após este procedimento e da limpeza externa dos aparelhos com gaze e álcool 70, o esgoto também é descartado, observando as normas constantes no PGRSS ( Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde) de cada estabelecimento.

Controle de Qualidade

Então é solicitada uma calibração de dois pontos, que é a calibração mais completa destes aparelhos, e que deve ser feita a cada 8 horas. É importante observar se os reagentes dos gasômetros estão com volume suficiente para a rotina, bem como os cilindros dos gases.

Muitos problemas na calibração são devidos à falta de reagentes ou de gases nos cilindros. Após esta calibração, avaliar se o procedimento foi válido através do relatório de calibração.

Observar se houve algum ponto de interrogação nos parâmetros calibrados. Se houver, repetir o procedimento. Se persistir o problema, realizar a desproteinização com a solução desproteinizante fornecida pela empresa, que consiste em uma solução de hipoclorito de sódio em uma concentração que não lesa a tubulação.

Muitas vezes um problema na calibração pode ser devido a coágulos na amostra que entopem a tubulação do aparelho. Esses coágulos podem ser desfeitos pela ação do hipoclorito. Se nada disso resolver o problema, acione a Assistência Técnica especializada. Não havendo tais intercorrências, os aparelhos estarão prontos para a dosagem das ampolas controle.

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Cada laboratório deve dosar, pelo menos, uma ampola controle por dia. No laboratório onde trabalho, utilizamos duas ampolas: uma da Radiometer, que dosa gases e outros parâmentros que são dosados no ABL 800, como íons, lactato, glicose, dentre outros, e outra do nosso controle externo de qualidade Controllab. Os valores de pH, pCO2 e pO2 devem estar dentro dos valores de bula. Se não estiverem, uma investigação dos reagentes, calibração, coágulos na tubulação, integridade dos eletrodos e possíveis erros de execução devem ser avaliados.

Não descobrindo a causa, não tenha receio de pedir ajuda à Assistência Técnica. É de extrema importância a elucidação das possíveis causas da rejeição dos controles. Se a causa não for descoberta, interditar o aparelho até que um técnico da empresa venha avaliar. Tudo deve ser registrado em planilha. Em um segundo momento, falarei sobre os registros de controle de qualidade e sobre a média própria dos valores dos controles, após vinte dosagens do mesmo lote.

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Análise crítica dos resultados

Se os valores dos controles estiverem adequados, ou seja, dentro da faixa de bula, iremos realizar mais um procedimento: a reprodutibilidade de uma mesma amostra nos três gasômetros. Esse procedimento garante que as amostras dos pacientes poderão ser dosadas em qualquer um dos aparelhos e que apresentarão valores próximos das dosagens em todos eles.

Estipulamos, através da observação, que a variação aceitável em nosso laboratório é de 0,01 para o pH; 2,0 mmHg para o pCO2 e 20 mmHg para o pO2. Se a amostra, escolhida aleatoriamente, apresentar uma variação que obedece estes intervalos, os aparelhos serão liberados para a rotina. Se não, repetiremos o procedimento com outra amostra. Se a variação continuar fora da estipulada, acionaremos a Assistência Técnica e interditaremos o gasômetro onde a reprodutibilidade não foi adequada.

No início da minha profissão, eu sentia muita angústia quando os controles e a reprodutibilidade ficavam fora da faixa. Hoje sei que é responsabilidade do laboratório apresentar um Plano de Contingência, ou seja, ter um plano B para o caso de problemas no maquinário. Por isso, um laboratório não deve ter apenas um gasômetro. E se tiver, uma rede de apoio deve ser acionada, até que o problema seja resolvido.

Na próxima conversa abordaremos a análise crítica dos resultados de gasometria.

Até lá, aprofunde seus conhecimentos com esta apresentação (pdf) sobre Gasometria.

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